A criança não nasce consumista, ela é educada para ser assim. Os limites devem ser impostos pelos pais e, quando não são, trazem um vazio de sentido para os filhos. Pais que reclamam de filhos sem limites precisam perceber que, primeiramente, quem precisa de limites são eles.
Muitas vezes os pais preferem ser omissos ao invés de se comprometer com os filhos. Apesar de ser “mais fácil”, não é adequado, porque ser pai significa ser presente. A omissão gera desespero nas crianças, que passam a se apoiar em propagandas. O mundo da publicidade, sabendo do apelo volátil dos valores atuais, aproveita para transformar tudo em produto. O que hoje é lançamento e novidade, amanhã já estará ultrapassado, gerando, além de uma insatisfação eterna por parte do consumidor, a ideia de necessidade em se ter cada vez mais coisas.
Consumir em excesso para preencher um vazio de sentido é uma tentativa irreal de fuga da realidade. Pais que satisfazem a todos os desejos consumistas dos filhos estão criando vícios – o de não aguentar esperar, o de não suportar ser diferente ou de não ter o que os outros têm. Cabe aos pais estabelecer os limites dos filhos, independente do que os amigos e suas famílias valorizam ou não. É preciso ficar claro os valores da casa e o filho deve segui-los gostando ou não.