A empatia é uma habilidade essencial para a boa convivência em sociedade e tem como algumas de suas consequências melhorar os relacionamentos, trazer maior sensação de satisfação e felicidade e até mesmo auxiliar na busca por mais sucesso nos negócios. Isso acontece porque quem olha ao redor e consegue se colocar no lugar dos outros costuma ser mais humilde, acessível e humano, o que colabora com seu desenvolvimento pessoal e profissional, trazendo pessoas para perto para trocar, colaborar, trabalhar e conviver.
Hoje em dia é fácil manter uma postura isolada e individualista, escondendo-se atrás de telas e desumanizando as interações. Muitas pessoas estão desaprendendo a olhar a vida pelos olhos dos outros. Ficam tão voltadas para seus próprios mundos que se alguém discorda de uma opinião, elas se desconectam. Se alguém mostra outro ponto de vista, elas não escutam. E se algo não agrada, é fácil sair do grupo do WhatsApp, desfazer a amizade no Facebook ou deixar de seguir no Insta.
As crianças podem nos ensinar muito e inclusive podemos perceber ao observá-las que temos uma tendência humana e natural para a empatia. Elas conseguem muitas vezes sentir e perceber quando alguém está triste, irritado, com fome, entre outros, e isso é uma habilidade evolutiva, que fez com que os seres humanos soubessem identificar nas expressões faciais quando os outros estão em perigo, quando estão ameaçando ou mesmo quando estão demonstrando afeto.
A empatia é uma habilidade treinável que, na prática, significa conseguir se colocar no lugar do outro. A simpatia é algo que tenho PELO outro, enquanto a empatia eu exercito JUNTO ao outro.
Por que dizemos que é um exercício? Porque estimula a reflexão perante aos pequenos acontecimentos diários e tem como objetivo evitar que façamos algo por impulso, pois nossos pensamentos automáticos e reações instantâneas podem ser equivocados. Por exemplo, se alguém pisa no seu pé, uma reação instantânea pode ser gritar, xingar ou mesmo revidar. Entretanto, se parar para refletir, pode se perguntar: será que foi intencional? Será que o outro é sempre errado? Será que essa pessoa sabia ou podia fazer diferente? Será que meu pé não estava no lugar errado?
Exercitar a empatia é deixar de lado a arrogância e a postura de querer ser quem detém a verdade universal, as respostas corretas. É entender que cada um é o melhor que pode ser e faz o melhor que sabe e consegue. Cabe às pessoas inteligentes emocionalmente buscarem essa competência de olhar o mundo pelo olho do outro. O outro errou? Dá um toque. O outro não fez bem? Pergunte, estimule, questione sobre como ele pode fazer diferente, investigue “qual foi a sua ideia para fazer desse jeito?” e busque entender. Acima de tudo, escute. Ter empatia também é entender que, muitas vezes, escutar é mais importante que qualquer outra ação.
Quando buscamos resultados e soluções em conjunto demonstramos humildade, aceitação, acolhimento, tolerância e respeito. Quando nos sentimos ameaçados, julgados e tensos, exteriorizamos nosso pior. Por outro lado, quando as pessoas se sentem acolhidas, quando percebem que estão diante de outro ser humano com fragilidades e defeitos, quando percebem que errar pode ser compreendido e que vão ser bem reorientadas, elas tem uma chance muito maior de reagir bem com seus próprios comportamentos e mesmo com os nossos. Afinal, quem nunca errou?
A lição é simples, mesmo que difícil de ser colocada em prática: antes de julgar, coloque-se no lugar do outro. E perceba que sozinhos podemos as vezes até ir mais rápido, mas juntos vamos muito mais longe.
E você, o que pode fazer hoje para mostrar empatia pelo momento de vida de alguém?