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Ética, virtude e sustentabilidade

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Muito se usa a palavra “ética”. Diz-se que é preciso ser ético no trabalho, nas questões pessoais e até mesmo nas relações afetivas. Mas, o que é, afinal, ética? E qual sua aplicabilidade em um mundo onde a concorrência entre as pessoas é uma necessidade de sobrevivência?

A palavra ética vem do grego “ethos”, que significa caráter, modo de ser, comportamento. Por volta de 500 anos antes de Cristo, os filósofos a entendiam como o estudo dos meios de encontrar a felicidade e sua definição era diferenciada de moral. Enquanto esta era vista como obediência a normas, tabus, mandamentos ou costumes, a ética significava a busca do comportamento bom perante os outros, ou seja, do bem comum.

Aristóteles, um dos mais expressivos filósofos da humanidade, refletiu sobre a ideia de ética em sua obra “Ética a Nicômaco”. O pensador grego afirma que a felicidade se consolida numa vida virtuosa e não apenas em prazeres, nem em riquezas ou honrarias. O mesmo Aristóteles define virtude como sendo uma disposição adquirida de fazer o bem e isso se aperfeiçoa com o hábito.

Transportemos esses conceitos ao mundo de hoje. Dentro de uma empresa, em que há um processo de seleção (ou seja, de disputa) já para fazer parte dela, é possível ter ética? E nas relações dessa empresa com clientes e fornecedores, em que as negociações se baseiam em lucro, é possível agir eticamente? A resposta para essas questões é sim.

Sim, é possível ter ética e praticar virtudes nas transações profissionais (e também pessoais, pois somos humanos sempre e em todas as nossas relações, sejam elas profissionais ou pessoais, estamos lidando com seres humanos) do mundo contemporâneo. Aliás, esse é um grande desafio em um momento em que uma outra palavra ganha dimensões globais: sustentabilidade.

Ser sustentável é agir não pensando apenas em si mesmo, mas no todo, no contexto, nos outros.

E não apenas nos outros que estão conosco nesse momento, mas amanhã; depois de amanhã; muitos anos, décadas, séculos à frente. Para ser sustentável, portanto, é preciso ser ético e praticar virtudes.

Dois conceitos são interessantes ao transportarmos as ideias filosóficas de ética e virtude para o mundo de hoje: meritocracia e relação de ganha-ganha. Praticar meritocracia é buscar vencer pelo mérito, ou seja, por merecimento, enquanto criar relações de ganha-ganha é aprender a vencer em equipe, é compartilhar, é ter visão de time.

O mundo corporativo de hoje tem buscado cada vez mais profissionais brilhantes que saibam iluminar a equipe com seu brilho. É como o velho jargão: em uma empresa de sucesso, não há uma, duas ou três estrelas, mas constelações. Ou seja, o individual é menos importante que o coletivo e consegue-se a vitória coletiva com a soma das capacidades individuais.

Todas as nossas ações atingem outras pessoas.

Na equipe de trabalho, meu esforço vai se somar ao sucesso de todos, enquanto que minha negligência pode gerar todo um projeto fracassado ou um produto que irá prejudicar um ser humano que o consumiu.

Algumas palavras mágicas fazem toda a diferença na conquista de um processo meritocrático e com relações de ganha-ganha:

Sentido: você precisa ter uma razão para o que está fazendo, entender todo o processo no qual está engajado e o que aquilo significa para você e para as pessoas envolvidas;

  • Honestidade: a sua verdade é importante para você, portanto busque sempre descobri-la nos mais diferentes momentos de sua vida, assim poderá ser verdadeiro consigo mesmo e com os outros. Esse é o melhor caminho para seu sucesso e felicidade;
  • Transparência: quem sabe quem é e o que quer não precisa usar máscaras e pode ser transparente em suas ações, seus objetivos e seus sonhos;
  • Foco: você precisa saber escolher, priorizar e planejar suas ações, pois nem tudo é possível a todo momento e o resultado de grandes conquistas demanda projetos e ações organizadas;
  • Disciplina: não há sucesso sem disciplina, pois as coisas não caem do céu, portanto você precisa se dedicar, se organizar e colocar em prática seu projeto de vida;
  • Perseverança: errar e tropeçar fazem parte da caminhada, da mesma forma que levantar para tentar novamente e acertar. Só que arrisca tenta e inova.

Voltando à Antiguidade, Aristóteles considerava a essência humana boa e possível de ser aplicada nas virtudes. Muitos séculos se passaram e estamos diante de um desafio que une todos os mais diversos povos: a busca do sustentável. Esse desafio não nos coloca apenas diante do planeta e seus recursos naturais, mas diante de nós mesmos, de nossos recursos pessoais e de nosso potencial diante de tudo.

Sustentabilidade começa dentro de cada um de nós e se completa quando damos o nosso melhor ao mundo que nos cerca. Que tal dar o melhor de você ao mundo?

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