O estresse pode ter um lado bom e um ruim. Saiba como usá-los a seu favor no ambiente de trabalho
Quem primeiro definiu o estresse foi o austríaco-canadense Hans Selye, conceituando-o como qualquer adaptação requerida à pessoa, a toda e qualquer mudança na rotina de vida. Esta definição apresenta o estresse como um agente neutro, capaz de tornar-se positivo ou negativo de acordo com a percepção e a interpretação de cada pessoa, muito diferente da associação que se fazia anteriormente, ligando o estresse diretamente às situações desagradáveis. Ele é, portanto, um estado no qual usamos apenas o cérebro emocional, que dispara reações primitivas de lutar ou fugir da ameaça: seja esta real ou imaginária.
O estresse positivo, chamado de eustresse, assim como o negativo, chamado de distresse,causam reações fisiológicas.
No nível emocional, no entanto, as reações ao estresse são bem diferentes.
O eustresse motiva e estimula a pessoa a lidar com a situação, nos impulsiona a realizar e a concretizar coisas e advém de um nível adequado de adrenalina (hormônio responsável por deixar nosso organismo em estado de alerta frente a uma situação que, em excesso, bloqueia a acetilcolina que “liga” as células cerebrais – aquelas que nos fazem pensar racionalmente). O eustresse é necessário à concretização, pois está associado diretamente ao impulso para buscar a realização de algo. Ele está relacionado a situações prazerosas, como a aprovação tão almejada no vestibular ou o chamado para um novo emprego desejado, por exemplo. No dia-a-dia profissional, o bom estresse é aquele que lhe motiva a ser melhor e a realizar suas funções com exímia.
Já o distresse bloqueia, inibe o indivíduo, fazendo com que se intimide e fuja da situação. É mobilizado por um nível excessivo de adrenalina, que ocasiona um colapso corporal, físico ou emocional, atuando de modo a desequilibrar todo o nosso funcionamento. Na vida profissional, ele pode ser causado por muita pressão, superiores abusivos, prazos irrealistas, trabalhos desestimulantes e jornadas exaustivas. A combinação de um ou mais fatores como os citados prejudica a realização das funções e até mesmo a saúde do profissional, paralisando-o.
Para evitar situações de distresse extremo algumas atitudes podem ajudar, como: ouvir o próprio corpo, respeitando seu ritmo, limites e necessidades; expor pensamentos e sentimentos de maneira clara, objetiva e respeitosa, criando uma rede de relações sadia; agira com solidariedade e saber administrar seu tempo, separando a vida profissional da pessoal.
É importante lembrar que todas as pessoas têm momentos e situações que provocam estresse, que podem ser de curto ou longo prazo. Esses eventos podem afetar a saúde em muitos níveis. O estresse de longo prazo dispara mudanças no organismo e aumenta a probabilidade de adoecimento, caso no qual um profissional da saúde deve ser acionado.
Ele também pode piorar problemas de saúde já existentes e influenciar questões como a dor de cabeça, constipação, falta de energia, raiva, tristeza, tensão, dificuldade para dormir, irritabilidade e em questões alimentares, como comer demais ou ficar sem comer, entre outras. O autoconhecimento é um passo fundamental para se avaliar e buscar que cada vez mais apenas o lado bom do estresse lhe ajude em seu trabalho e também em sua vida pessoal.